Empresários de jogadores, notadamente Carlos Leite e André Cury, propuseram ações cobrando por dívidas. No primeiro caso, Leite juntou como comprovação de seu crédito uma confissão de dívida. O juiz entendeu que a dívida era inexigível, porque a confissão de dívida demandava comprovação das dívidas relacionadas no documento. No segundo caso, Cury trouxe contrato de empréstimo feito por ele ao clube. É estranho que Cury comprova o inadimplemento do clube por meio de uma notificação ao clube por e-mail, que foi recebido por Duílio, em 29 de dezembro de 2023. Atentem para a data.

Chama a atenção o fato de que os empresários prestam serviço aos jogadores. Deste modo, são os jogadores que têm que acertar o que é devido a eles pela prestação de serviço.

Mas o Duílio foi lá e assumiu a dívida dos jogadores com os empresários, mas, ao invés de pagar, ficaram com o crédito que tinham para receber depois. Parece que é o que explica a confissão de dívida e o contrato de empréstimo feito com o clube respectivamente com Leite e Cury.

Logo depois de defenestrada a RT da diretoria do Corinthians, os empresários vêm à tona para cobrarem o que entendem ser devido a eles.

No Direito o que se verifica é uma simulação. Por meio da simulação as partes se utilizam de um contrato, para obter efeitos jurídicos diversos.

Se o que foi feito entre empresários e Corinthians não corresponde ao negócio de fato, por meio do qual os jogadores deixaram de pagar aos seus empresários o que deviam, transferindo tal obrigação ao clube, para que a dívida seja considerada válida é necessário que haja uma ação de cobrança.

O imbróglio foi causado pelo Corinthians e pelos empresários de jogadores. Se for proposta uma ação de cobrança, os jogadores também terão que integrar o processo, porque não é justo que o clube paguem o que eles deveriam pagar.