Tite confirma retorno ao futebol e diz que estranhou escolha por Dunga na seleção
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Foto: Wagner Carmo/Inovafoto/Gazeta Press
Tite foi o convidado do programa Fox Sports Rádio nesta terça-feira (16). Falou sobre tudo o que aconteceu com ele nesse ano de 'descanso' e de muita expectativa.
Retorno ao futebol
Mês que vem. Deixa passar setembro, que é um mês bravo, e aí as coisas começam a clarear em relação a projetos para o próximo ano.
Vou assistir Real Madrid e Athletic Bilbao, em 5 de outubro, e vou conversar com o Ancelotti (técnico do Real). Aí vou voltar ao Brasil e negociar, conversar com as pessoas, planejar a temporada. Aí já passou o período de eleições e tudo fica mais tranquilo. Santos, Corinthians, Palmeiras, Grêmio, Inter, vários clubes terão eleições em breve.
Por isso fiz a opção de recusar algumas coisas nesse ano, para projetar a equipe para o ano que vem. Eu não queria pegar um time no meio do campeonato, sem chance de trabalhar o time.
Conversa com Carlo Ancelotti
O Ancelotti pegou o Bayern do Guardiola, já montado e fez 5 gols neles. Ganhou a Liga dos Campeões, está em outro nível. Jogar olha que contra o Atlético de Madrid é horrível, mas ele ganhou.
Treinar equipes europeias
O italiano eu ainda domino, o português. Mas saiu disso eu não tenho como fazer a correção no timming certo, na língua dos boleiros, eu não vou conseguir fazer o que eu preciso.
Seleção de Portugal
Convite oficial não teve. Tive duas ou três abordagens de lá, mas foram apenas sondagens. O Japão me procurou de uma forma mais direta. Da seleção do Paraguai chegou uma uma oferta, que não seguiu em frente.
Seleção brasileira
O meu objetivo inicial era estar disponível seleção brasileira e japonesa, que eram as duas possibilidades. Não aconteceu nem uma nem outra. Por ter esperado por essas possibilidades eu perdi o Brasileiro, a chance de trabalhar a equipe, não apenas pegar uma equipe e tentar resolver os problemas.
Me deixou na expectativa. Eu sabia que estava na barca, com Muricy, Abel, Marcelo (técnico do Cruzeiro) e o Cuca. Esses cinco profissionais eu entendia que estavam habilitados. A escolha pelo Dunga me surpreendeu.
Amizade com Andrés Sanchez
Não sei se a relação com o Andrés me atrapalhou na seleção. O que não dá pra dizer é que eu não tenho experiencia internacional depois de tudo o que conquistei com o Corinthians. Não vamos jogar palavras. Estabeleça os critérios e deixe claro.
Frustração com a seleção brasileira
Eu queria me reciclar, acompanhar os jogos e abrir a perspectiva da seleção brasileira ou japonesa, até por tudo o que ganhei com o Corinthians. A seleção brasileira é o ápice da carreira de um técnico.
Relação com o Corinthians
Primeiro é a gratidão, que é reciproca. Sou grato ao Corinthians como instituição, ao Andrés, ao Gobbi, ao Duilio e ao Roberto de Andrade.
Libertadores e Mundial
Aquela equipe campeã era formada por atletas com percepções de jogo e nível intelectual muito alto. Essa capacidade deles era impressionante, eu nunca tinha visto na minha carreira. Não era um time rápido, mas sabia o que fazer em campo.
Você vai voltar para o Corinthians se o Roberto de Andrade for eleito presidente?
Quero dizer que não empurro ninguém, não faço lobby com clubes que tem profissionais lá. Eu construí minha carreira dessa forma. Quando aconteceu, foi porque eu estava desinformado.
Com o Roberto trabalhei mais de 3 anos juntos, mas não falei nada com ele, nem falaria agora.
Tenho gratidão. Na oposição, o Citadini foi o cara que me trouxe pela primeira vez ao Corinthians.
Inimigos no futebol
Tenho bastante inimigo no futebol. Não quero nunca mais na minha vida cruzar com o Amarilla (árbitro que prejudicou o Corinthians na Libertadores de 2013) na minha frente. Não sei como será a minha reação. Eu tenho o meu lado ruim dentro de mim, e não quero que isso aconteça.
Felipão e o 'fala muito'
Não encontrei mais com ele desde então. Ali cada um estava defendendo o seu lado. Já tive uma relação boa com ele no passado, mas hoje nossa relação é apenas profissional.