Deputada federal cria PL para mulheres pagarem meia-entrada em estádios após sugestão de corinthiana
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Por Meu Timão
Uma deputada lançou uma PL para que mulheres tenham direito a meia-entrada nos jogos de futebol
Rodrigo Coca/ Agência Corinthians
Nesta semana, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) levou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 168/2023, que tem como objetivo assegurar às mulheres o direito de pagar metade do valor do ingresso em jogos de futebol. Assim, incentivando-as a frequentar mais os estádios.
A ideia surgiu após interações entre a deputada e Analu Tomé, conselheira do Corinthians e co-fundadora do Movimento Toda Poderosa Corinthiana, que visa debater o machismo e o sexismo no futebol. Nessas conversas, a corinthiana levantou a necessidade de se ter o incentivo à mulheres de praticar e consumir futebol.
“Veio essa primeira sugestão e eu pensei: se a gente paga meia-entrada em outras modalidades culturais já gera todo um debate. Lembro quando relatei na Comissão de Cultura da Câmara para ampliar a meia-entrada para pessoas com doenças crônicas e raras, foi uma grande discussão. Conseguimos aprovar, mas foi um quiproquó”, disse Sâmia Bomfim em entrevista ao portal Dibradoras.
“Vejo (a PL 168) como uma ação afirmativa, uma medida de estímulo para que elas possam estar nesse lugar ou que estejam mais do que estão hoje. Não é coitadismo das mulheres, como se elas precisassem pagar menos para ir ao estádio de futebol, mas é um estímulo financeiro também, considerando que as mulheres ganham menos que os homens e também porque não é um espaço convidativo para elas. Então, quem sabe, o estímulo financeiro pode ser uma barreira a menos para acessar aquele espaço. Mas isso por si só não resolve o problema do machismo no futebol e nos estádios”, complementou a deputada.
Atualmente, o direito é reservado apenas a estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens carentes de 15 a 29 anos.
No site oficial da Câmara dos Deputados, a PL informa que a medida seria válida exclusivamente para jogos de futebol. Ou seja, em outros eventos esportivos as mulheres seguiriam pagando o valor integral.
Traria efeito para o Corinthians?
Tido como exemplo para o futebol feminino brasileiro, o Corinthians não realiza tantos jogos das Brabas na Neo Química Arena. Desde a reativação, em 2016, o estádio sediou 16 jogos do elenco feminino. Desconsiderando as partidas que ocorreram durante a pandemia de Covid-19, em que não pôde ter torcida, a média é de 19.504 torcedores por embate, cerca de 40% da capacidade total da Arena.
O recorde de bilheteria foi na final do Campeonato Brasileiro de 2022. Ao todo, 40.691 pessoas pagaram - somando com os não-pagantes, 41.070 pessoas marcaram presença - para ir à Neo Química Arena ver o Corinthians vencer o Internacional por 4 a 1 e vencer a competição. Esse todo foi maior que quase 70% dos jogos do Brasileirão Masculino que haviam ocorrido até então.
