O que acontece com o Sub-20 do Corinthians?
Opinião de Matheus Fiuza
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Após o título da Copinha neste ano, o Sub-20 do Corinthians ressignificou uma nova imagem para a categoria, que chegou ao torneio em meio a diversas críticas e dúvidas. Porém, de lá para cá, o sentimento e a desilusão voltaram à tona pela sequência de resultados ruins, agora mais fortes com a goleada sofrida em casa, por 4 a 0, para o Cuiabá, no Brasileirão Sub-20. Afinal, o que acontece com a principal categoria da base alvinegra?
Desde o ano passado, apesar de certos talentos, o Sub-20 não saltava aos olhos, principalmente pelo coletivo. Sem conquistar nenhum título em 2023 (não que isso signifique uma boa ou má safra, cabe destacar), o time mostrava um desempenho aquém do potencial esperado sob o comando de Danilo. A Copinha, no entanto, mostrou uma equipe competitiva e um talento que estava ali, mas faltava ser mais explorado. A sobrevida ao treinador veio, mesmo após a mudança de gestão no Corinthians.
O ex-meia do Timão precisou lidar com a natural transição de talento entre base e profissional, seja por qualidade ou idade. Breno Bidon, Arthur Sousa, Ryan e João Pedro Tchoca passaram a integrar o dia a dia de António Oliveira. Por outro lado, Léo Mana, Felipe Longo e Kayke, que estão ou estiveram com o profissional, foram "reforços" importantes ao retornar e ajudar na entressafra de jogadores.
O futebol, principalmente as categorias de base, não funciona com lógica simples. Estrutura, metodologia, organização, talento e gerenciamento de elenco são predicados necessários para se criar um ambiente saudável, competitivo e enriquecedor para o desenvolvimento de talentos. Porém, muito desses aspectos se mostram incipientes em meio a transformações nas categorias.
Depois do título da Copinha, o Timão, até agora, contratou 14 jogadores para o Sub-20. Não vejo problema em trazer talentos de outras equipes, sobretudo se vierem através do trabalho de prospecção e observação de atletas. Mas, mesmo com as categorias intermediárias reativadas e sem calendário, me estranha que, mais uma vez, nenhuma atleta foi relacionado diante do Cuiabá. Poucos têm sido utilizados.
A relação entre atletas e comissão técnica é sempre complexa. Para quem está de fora, há uma visão de análise. Para quem está e integrado ao dia a dia, talvez seja completamente diferente. O fato é: um início decepcionante de Brasileirão, além de atuações pouco convincentes em um trabalho estagnado, retoma a desilusão quanto ao futuro da atual geração entre 2004 e 2006, sobretudo.
Além de formar jovens para o futebol (e que deveria ser para toda a sociedade), o principal papel das categorias de base é suprir o elenco profissional. O ambiente não está nada favorável em meio às mudanças de gestão, inchaço de atletas e resultados ruins, que atrapalham o desenvolvimento de jogadores.
O Terrão, que tem sido fundamental para ajudar a equipe principal do Corinthians na temporada, está em apuros na sua principal categoria. O talento existe, principalmente com os atletas do Sub-17, sob o comando do promissor Raphael Laruccia, cada vez mais integrados, mas isso não é suficiente.
O "Centro de Excelência", como gravado no muro do Parque São Jorge, precisa se fazer valer de uma interação entre diretoria, treinador e jogadores, algo que, no Sub-20, está longe de ser retomado no atual cenário. Talvez seja hora de relembrar o verdadeiro significado de excelência.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.